Agricultura de precisão deve movimentar US$ 7 bilhões em 2020. Brasil é destaque.
A agricultura de precisão deve movimentar cerca de US$ 7 bilhões no mundo este ano e alcançar US$ 12,8 bilhões, até 2025. Os dados são da consultoria MarketsandMarkets e reforçam o ritmo acentuado na adoção de novas tecnologias pelo campo, seja através dos produtores rurais ou por meio das cooperativas agrícolas.
Na América Latina, o Brasil firma-se como o grande expoente na área. O país — que segue batendo recordes de produção —, movimentou cerca de US$ 388,7 milhões em serviços e produtos ligados à agricultura de precisão, em 2019, conforme indica publicação do Valor Econômico. Com esse montante, a participação brasileira ocupa 62,8% do mercado na região latino-americana, avaliado em quase US$ 3 bilhões.
Se considerarmos o continente americano como um todo, o Brasil representa 13% dos negócios de agricultura de precisão. Os Estados Unidos, por sua vez, aparecem no primeiro lugar, com 40%, e o Canadá em segundo, com 25%.
O segredo está nos dados
Embora a agricultura de precisão não seja uma novidade propriamente dita — visto que a tecnologia vem sendo utilizada há pelo menos 20 anos — quando inserida no contexto da Agricultura 4.0, assume um patamar inédito de possibilidades. Isso porque ela está hoje diretamente relacionada à inteligência de dados o que permite, entre outros, o gerenciamento das atividades rurais em tempo real (e de forma remota), além de decisões preditivas, capazes de salvar grandes somas de dinheiro.
A manutenção do maquinário agrícola, por exemplo, é efetuada antes mesmo que qualquer falha se concretize, evitando paradas desnecessárias (e bastante custosas). Para tanto, plataformas robustas de análise de dados (em conjunto com o trabalho de sensores inteligentes) conseguem gerenciar o padrão de desempenho das atividades dos equipamentos, apontando de forma preditiva o melhor momento para que os ajustes sejam efetuados.
O redesenho dos trajetos a serem percorridos pelos tratores é uma outra importante possibilidade de aplicação das tecnologias de agricultura de precisão. Ao trabalharem em distâncias mais curtas, as máquinas consomem menos insumos e combustíveis, além de diminuírem a compactação do solo que prejudica o crescimento da produção.
A irrigação inteligente também é destaque quando falamos em agricultura de precisão. A tecnologia se diferencia do método tradicional por trabalhar com a variação espacial e temporal da lâmina de água, ao invés de uma lâmina uniforme para toda a área. Para tanto, leva em consideração a umidade do solo, as condições climáticas e as exigências de cada tipo de plantio.
O mercado de irrigação inteligente foi avaliado em US$ 0,83 bilhão, em 2018, e deve chegar a US$ 1,76 bilhão até 2023, a um CAGR de 16,30%, de acordo com a empresa de pesquisa MarketsandMarkets. O continente americano é protagonista nesse tipo de solução, com quase 50% do mercado global, concentrados sobretudo nos Estados Unidos, Canadá e Brasil.
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