Em evento da Nokia sobre 5G, Guilherme Spina fala do mercado brasileiro
A tecnologia 5G pode gerar valor de até 3.3 trilhões de dólares em crescimento econômico e social e incrementar a produtividade em cerca de 9 trilhões de dólares na região da América Latina até 2035. A informação consta em um relatório elaborado pela Nokia que, esta semana, promoveu um evento online (“The rise of digitalization in the Americas”) debatendo a evolução da tecnologia no continente americano no cenário pós-covid.
Grandes lideranças executivas envolvidas com a tecnologia 5G participaram do painel:
- Debika Bhattacharya, Senior Vice President, 5G & Enterprise Solutions (Verizon Business Group)
- Don Duval, CEO (Norcat)
- Fuad Siddiqui, Senior Partner, Bell Labs Consulting (Nokia)
- Guilherme Spina, CEO (V2COM)
- Joanne Moretti, Chief Marketing Officer (DecisionLink)
- Leonardo Capdeville, CTIO (TIM Brasil)
- Nishant Batra, Chief Strategy and Technology Officer (Nokia)
Entre os aspectos mais importantes da discussão, destacou-se que os setores de mídia online, serviços financeiros e comércio eletrônico avançaram a passos mais rápidos durante a pandemia, justamente por estarem mais consolidados no processo de transformação digital quando comparados a outras indústrias, como mineração, agricultura, transporte e logística.
Por essa razão, esses segmentos, ainda muito centrados em processos físicos, devem acelerar a adoção de um pacote de tecnologias que a Nokia denomina por 5G+, ou seja, a rede de quinta geração acompanhada de Cloud Computing, Inteligência Artificial, Machine Learning, redes privativas, Internet das Coisas e robótica.
Esse novo ecossistema vai ser fundamental para a alavancagem de uma série de novos modelos de negócios, bem como de um novo perfil de indústria, muito mais seguro e eficiente. Com o 5G, a decisão passa a ser tomada em tempo real, salvaguardando uma quantidade imensurável de ativos e recursos ao longo do processo produtivo.
Para Guilherme Spina:
O pacote de tecnologias 5G vai ajudar os gestores a tomarem decisões em tempo mais assertivo. Com as estruturas físicas conectadas, é possível corrigir falhas antes que perdas custosas de fato ocorram.
Spina ainda comentou sobre como anda o progresso de incorporação das tecnologias digitais na região latino-americana, destacando que a participação da indústria no PIB brasileiro hoje está equiparada ao período pós-Segunda Guerra Mundial, atingindo pouco mais de 11%. Os dados mostram que, comparado a décadas passadas, houve um processo de desindustrialização no país (e também na América Latina como um todo).
Mas, com o expressivo número de pessoas na região (cerca de 430 milhões), está claro que a indústria será alavancada novamente. Guilherme traçou um paralelo com o mercado de telefonia celular no Brasil, que começou tímido com as tecnologias analógicas de primeira geração, crescendo substancialmente conforme o lançamento das evoluções subsequentes.
O fenômeno deixa claro que o mercado consumidor do país (tanto B2C quanto B2B) é muito orientado para o valor da aquisição. Desse modo, processo semelhante acontecerá com a adesão às novas tecnologias 5G+, que certamente contarão com uma penetração muito maior (e mais rápida) do que suas versões anteriores.
No fechamento do painel, Guilherme Spina destacou que, quando falamos em Internet das Coisas, é importante analisar caso a caso. Isso porque o ecossistema de IoT parte de um alicerce comum de tecnologias 4.0, mas com aplicações extremamente especializadas, que necessitam ser atendidas sob demanda.