Como funcionam os sistemas de IoT para distribuição de água?
Projeções das Nações Unidas indicam que, até 2050, ao menos 50% da população mundial viverão em regiões com escassez de água. Muitos dos fatores que agravarão o problema devem vir com o passar dos anos. As mudanças climáticas, por exemplo, podem alterar a dinâmica das chuvas e gerar zonas de desertificação. Já o boom populacional esperado em alguns países levará ao rápido aumento no consumo do recurso, pressionando ainda mais os sistemas de distribuição e tratamento de água.
Se alguns desses problemas necessitam de tempo para serem combatidos, há muitos outros que requerem intervenção imediata. Vazamentos de água, erros na mensuração de consumo e furtos ao longo dos canais de distribuição geram aproximadamente US$ 39 bilhões em perdas todos os anos. São mais de 126 milhões de metros cúbicos do recurso desviados de seu destino final, comprometendo não apenas o desenvolvimento de muitas famílias, mas também de indústrias, serviços e agricultura.

Por sinal, os ecossistemas industrial e agropecuário são os maiores consumidores de água e também aqueles onde os escapes mais acontecem. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), 70% de toda a água consumida no mundo é usada na irrigação das lavouras, na pecuária e na aquicultura. A indústria, por sua vez, responde pelo consumo de quase 20%.
Por essa razão, é tão importante otimizar o uso do recurso sobretudo nessas atividades, visto que o impacto financeiro e ambiental ocasionado pelas perdas são sempre muito expressivos.
Distribuição de água com Internet das Coisas
Nos últimos anos, têm crescido exponencialmente os investimentos em tecnologias de mensuração inteligente e detecção de vazamentos e furtos de água. As inovações tomam como base o ecossistema da Internet das Coisas (IoT), que basicamente pode ser definido como um conjunto de tecnologias responsável por orquestrar as atividades de sensoriamento remoto, big data e analytics.
É essa orquestração que permite não apenas identificar falhas ao longo da rede de distribuição de água, mas também corrigi-las com mais rapidez (muitas vezes de forma remota) e também avaliar padrões de desempenho dos sistemas. Essa análise é especialmente importante para as rotinas de manutenção, pois possibilita antecipar problemas e corrigi-los antes mesmo que qualquer vazamento aconteça. Sistemas preditivos são sempre mais inteligentes, econômicos e sustentáveis.
Com o barateamento das tecnologias de sensoriamento, armazenamento e processamento de dados, uma série de novos avanços tem sido implementada em diferentes verticais de negócios, com impacto direto no consumo de água. No caso específico do sensoriamento, a mensuração pode ocorrer no nível dos equipamentos (como bombas e válvulas), mas também de maneira sistêmica, envolvendo processos inteiros, como plantas industriais e irrigação de precisão.
Esses sistemas inteligentes também cooperam diretamente para atender a padrões cada vez mais elevados da qualidade da água utilizada em diferentes atividades. No caso das indústrias farmacêuticas e alimentícias, esses procedimentos são especialmente críticos.
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A Internet das Coisas permite, ainda, estruturar uma imagem completa de todo o sistema de água (do começo ao fim), tornando-o mais dinâmico e confiável. Os operadores passam a tomar melhores decisões, gerindo os processos a partir de uma visão macro, enquanto atendem a diferentes demandas em tempo real e com muito mais segurança.
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