“O 5G não é apenas mais um G”, diz Guilherme Spina no Teletime TEC Wireless

A rede 5G é a grande pauta do evento Teletime TEC Wireless deste ano. Executivos experientes no setor de telecomunicações e membros da administração pública reuniram-se virtualmente esta semana para debater o impacto da tecnologia na realidade brasileira dos próximos anos.

Entre os diversos pontos de concordância levantados ao longo dos painéis, um em especial mostra-se bastante consolidado na óptica do mercado: o 5G vai muito além da conectividade. Como disse Guilherme Spina, CEO da V2COM WEG Group, ao debater sobre a importância da rede de quinta geração em novos negócios e verticais da economia: “O 5G não é apenas mais um G. Ele traz um poder transformador inédito”.

Essa revolução difunde-se de forma escalável, interligando e articulando transversalmente os mais diferentes segmentos da economia. No setor industrial, por exemplo, essa alavancagem é imprescindível para tirar o Brasil de um movimento de desindustrialização, que acomete o país desde o final da década de 80.

Participação da Indústria no PIB brasileiro
Participação da Indústria no PIB brasileiro. Fonte: CNI

Hoje, a relação entre o PIB industrial e o PIB global brasileiro está em níveis inferiores ao dos anos 40, quando começou a série histórica. Entre os diversos fatores que explicam esse movimento descendente podemos incluir a baixa produtividade do setor, que implica diretamente em perda de competitividade no cenário global.

Com o 5G, conseguimos agregar inteligência à automação, alavancando a produtividade. Entramos na fase da digitalização industrial, com grande valor agregado proveniente das dinâmicas de supervisão dos processos.

A tomada de decisão torna-se mais dinâmica, 100% baseada em dados, com inferências preditivas articuladas por inteligência artificial. Mais do que isso, as plantas industriais passam a estar conectadas, não apenas entre si, mas com toda a cadeia produtiva/logística, garantindo um ganho enorme em performance, segurança e sustentabilidade.

5G: ecossistema transversal de múltiplos parceiros

Um dos maiores desafios para a estruturação de um ecossistema holístico 4.0 está na capacidade de coletar, transmitir e processar dados por toda a cadeia produtiva, trazendo a inteligência necessária para a tomada de decisão.

Esse desafio é ainda maior quando colocamos em análise as mais diversas particularidades operacionais e contextuais que envolvem os diferentes setores da economia (e, dentro deles, cada um dos players).

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Por essa razão, no ecossistema do 5G, as soluções flexíveis e as parcerias entre operadoras e empresas são tão importantes. A mudança tecnológica vai muito além de faixas de frequência, abrangendo uma infraestrutura mais leve (e menos custosa), que abre porta para tecnologias privativas com uma ampla variedade de casos de uso específicos.

Além disso, a expansão massiva da rede 5G dentro das diferentes realidades de negócio das empresas requer a atuação de fornecedores terceiros com elevada expertise técnica. Essas parcerias garantem a implantação de soluções que efetivamente tragam ganhos econômicos importantes e ROIs no menor intervalo de tempo possível.

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Por outro lado, é muito importante que as linhas gerencial e diretiva das companhias estejam 100% alinhadas com o poder transformador da digitalização dos processos, de tal modo que toda a cultura corporativa abra os olhos para essa nova realidade.

Afinal, como ficou claro durante o Teletime TEC Wireless 2021, o mercado acredita fortemente que o potencial transformador do 5G está diretamente associado à amplitude estratégica das aplicações, que deixam de ser verticalizadas assumindo uma dinâmica transversal muito mais complexa e integradora.