Como está a progressão do 5G no Brasil e no mundo?

O 5G é uma das tecnologias com maior impacto na recuperação e crescimento econômico esperado para os próximos 10 anos. Com aplicação expandida em diferentes segmentos da economia, a rede de quinta geração impulsiona uma série de outras tecnologias, como realidade aumentada e Internet das Coisas (IoT), diminuindo expressivamente o tempo de resposta à conexão, garantindo mais segurança a processos críticos e aumentando, como um todo, a eficiência operacional.

O ritmo de expansão do 5G deve ser mais rápido do que o verificado com o 4G, segundo matéria divulgada pela CNN. Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas e negócios já utilizam a tecnologia; a geração anterior levou dois anos mais para alcançar a marca.

Até o fim deste ano, serão cerca de 580 milhões de assinaturas e, em 2026, teremos ao menos 3,5 bilhões de acordo com as projeções divulgadas. Uma das razões que explica esse ritmo mais acelerado deve-se à ampla aplicação do 5G no segmento B2B, sobretudo no setor industrial.

No âmbito da Indústria 4.0, o uso da nova rede se expande em diversas frentes, como:

  • Aumento da proteção de dispositivos e dados trafegados, inserindo-os nas instalações que abrigam a rede privada
  • Diminuição da latência de aplicações críticas, que exigem baixíssimo tempo de resposta
  • Escalada de aplicações mMTC (Massive Machine Type Communication), em que há a análise de um grande volume de dados oriundos de milhares de dispositivos de fábrica
  • Gerenciamento da movimentação de robôs autônomos dentro e fora da fábrica, onde inclusive pode ocorrer a utilização híbrida de rede celular privada e pública

.Na América Latina, 34% das assinaturas móveis em 2026 deverão ser em rede 5G. Esse número será maior quando analisamos individualmente o cenário brasileiro, haja vista que o país está mais à frente que outros vizinhos menos desenvolvidos da região.

Cenário 5G ao redor do mundo

Atualmente, o 5G já é realidade em 1.662 cidades de 64 países. Só em 2021, mais 301 cidades começaram a adotar a nova rede, um crescimento de 20% em relação aos níveis do final do ano passado, segundo levantamento da Viavi Solutions.

A China lidera o 5G, com 376 cidades conectadas. O segundo lugar fica com os Estados Unidos (284) seguido pelas Filipinas (95) que recentemente ultrapassou a Coreia do Sul, agora na quarta posição com 85 cidades.

Na sequência dessa linha estão Canadá, Finlândia, Espanha, Itália, Reino Unido, Austrália e Arábia Saudita. Os lançamentos comerciais mais recentes de redes 5G ocorreram no Chipre, Peru, Rússia e Uzbequistão. Com isso, mais de um terço dos países do mundo já têm pelo menos uma rede 5G ativa.

Qual o status do 5G no Brasil?

No Brasil, o leilão do 5G deve ocorrer nos próximos meses com modelo não arrecadatório. Como ainda existe uma grande disparidade entre as regiões do país, no que tange a conectividade, quando saímos de um modelo meramente arrecadatório para um cenário com investimentos direcionados em infraestrutura, conseguimos caminhar mais rapidamente no sentido de eliminar (ou pelo menos diminuir no curto prazo) essas desigualdades regionais.

O edital do 5G no Brasil está atualmente em fase de análise técnica no Tribunal de Contas da União (TCU), com liberação prevista em 90 dias. Mas esse limite pode ser prorrogado pelo relator. Isso porque a unidade técnica possui até 75 dias para enviar a proposta de mérito e outros 15 dias para a avaliação final. Essa última etapa, no entanto, pode fixar prazos maiores, a depender do grau de complexidade do tema.

Veja também:
O papel das redes privativas 5G na Indústria 4.0

Enquanto isso, as companhias oferecem no país uma versão incompleta do 5G, na modalidade chamada DSS, que utiliza uma fatia das faixas de radiofrequência nas quais já trafegam os sinais do 4G.

O 5G DSS já representa um avanço na conexão, em comparação ao 4G, mas ainda muito abaixo de todo o potencial esperado com o lançamento completo da nova rede, que promete revolucionar o Brasil nos próximos anos.