Quais são os principais esquemas de fraudes de energia elétrica? E como combatê-los?

Anualmente, no Brasil, as distribuidoras de energia registram enormes perdas comerciais. Também denominadas não-técnicas, elas decorrem sobretudo de furtos e de fraude. Mas qual seria a diferença entre os dois?

Em geral, as fraudes de energia são atos que violam o sistema de medição, com vistas a obter um registro de consumo subestimado. Dada sua maior sofisticação, elas costumam ser praticadas por indivíduos que apresentam algum conhecimento técnico na área e estão relacionadas a alterações do medidor de energia ou desvios no ramal de entrada, antes mesmo da medição acontecer.

Já os furtos de energia relacionam-se às ligações clandestinas (‘gatos”) para viabilizar o consumo paralelo de energia. Eles, no geral, são praticados por alguém que não é o consumidor de fato.

No Brasil, dados da ANEEL mostram que a região com maiores índices de irregularidades no consumo de energia elétrica (perda não-técnica real) é a Norte, com pelo menos 23,9% da energia comprometida por esquemas de fraude e furtos. Na sequência, aparecem as regiões Nordeste, com 7,3%, Sudeste, com 6,9%, Centro-Oeste, com 4,9% e Sul, com 3,4%.

fraude e furto de energia
Fonte ANEEL: relatório 2021 (dados referentes a 2020)

Perdas dessa natureza causam grandes problemas e prejuízos às concessionárias de energia e impactam diretamente os consumidores finais, justamente por onerarem as tarifas e prejudicarem a regularização de fornecimento de energia.

Mais do que isso, os furtos e fraudes (sobretudo quando presentes em um mesmo local) podem desencadear graves acidentes, como incêndios e explosões, em razão do consumo excessivo de energia a partir de um mesmo cabo, por exemplo.

Tecnologia de ponta para combate a fraudes e furtos de energia elétrica

Com vistas a combater esse cenário, as distribuidoras têm se empenhado na incorporação de tecnologias inovadoras ao logo de todo o processo de distribuição de energia. Com a implantação dos medidores inteligentes, ficou muito mais simples acessar em tempo real os dados técnicos de consumo que, postos em análise, podem apontar com bastante assertividade a ocorrência de alguma irregularidade.

A partir disso, as equipes técnicas são direcionadas ao local para averiguarem se estão diante de uma situação de fraude (ou furto) real ou apenas de algum problema de natureza técnica.

Quando pensamos em fraudes e furtos de energia, de imediato nos vem à mente a imagem de residências ou pequenos comércios, também chamados de consumidores do Grupo A. Isso porque estamos acostumados a associar essas irregularidades de consumo à imagem dos “gatos” expostos, que levam energia às casas sem a mensuração correta do consumo.

Mas, se por um lado essa associação está longe de ser equivocada, por outro é importante não perdermos de vista que nos chamados grandes consumidores, ou Grupo B, também são frequentes os esquemas de fraude de energia. Ainda pior, esses esquemas costumam ser mais sofisticados que no cenário residencial e acabam por levar à perda de um volume significativo de energia elétrica.

As principais tecnologias de telemedição inteligente, usadas na identificação de fraudes e furtos de energia, também são aplicadas nos consumidores do Grupo B (indústrias, grandes varejistas). Por meio do monitoramento remoto, as plataformas de análise conseguem averiguar o histórico de consumo do cliente e verificar se há alguma anormalidade suspeita nos dados obtidos em tempo real.

Quais são os principais esquemas de fraude de energia?

Não faltam maneiras “criativas” de se comprometer os sistemas de mensuração de consumo de energia elétrica. As mais simples fecham um curto-circuito no secundário dos transformadores de corrente. Já as mais sofisticadas podem até mesmo alterar os medidores, modificando circuitos internos de mensuração de tensão ou corrente elétrica. Como exemplo, teríamos um fraudador reduzindo a carga a níveis bastante baixos (mas não completamente zerados) a fim de não serem levantadas suspeitas por parte das equipes de fiscalização.

Muitos esquemas fraudulentos foram construídos para serem acionados e desligados via controle remoto. Desse modo, quando o pessoal de fiscalização técnica chega ao local, rapidamente ocorre o desligamento. Com a telemedição, esse tipo de fraude passou a ser facilmente identificada, uma vez que é possível acompanhar os dados em tempo real e ainda identificar oscilações no padrão de consumo energético, minutos antes da inspeção física iniciar.

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Há também esquemas de fraude ligados à instalação de um temporizador dentro dos medidores para a manipulação de correntes. Esse padrão costuma ser programado para ocorrer fora do horário comercial, dificultando ainda mais a fiscalização tradicional. Assim, em fábricas de 3 turnos, por exemplo, o período noturno e o da madrugada podem ser completamente fraudados, caso a empresa alegue funcionamento apenas nos horários comerciais. Por horas, e até mesmo dias seguidos, a corrente é completamente zerada sem que se gere qualquer desconfiança.

Nessa vasta lista de esquemas fraudulentos, podemos ainda destacar um novo padrão de fraude denominado por “cargas quentes”. Ele tem sido bastante utilizado para alterar dados internos ao medidor, por meio de uma carga inserida diretamente nos parâmetros do equipamento, a qual burla a falta de energia por longos períodos, gerando um consumo zerado.

V2COM: referência no combate a furtos e fraudes de energia

Com 20 anos de história, a V2COM consolidou-se no mercado de Utilities como desenvolvedora e integradora de soluções inteligentes de telemetria e telemedição de energia elétrica. A empresa monitora ativos que somam mais de 30GW de potência instalada e possui em campo quase 2 milhões de dispositivos de Internet das Coisas (IoT).

Com uma oferta baseada em equipamentos e sistemas inteligentes, a V2COM oferece soluções completas, que vão dos dispositivos à nuvem, capazes de reduzir perdas, automatizar o processo de medição e distribuição de energia e reduzir DEC.

O middleware IntelligenceWare Suite IWS™ V2COM, por exemplo, otimiza processos de negócio através da comunicação de máquina a máquina (M2M) por redes sem fio. Foi projetado e desenvolvido para atender às necessidades de empresas que possuem processos distribuídos, como as Utilities de energia.

Já o GT 41, controlador programável multiprotocolo ideal para soluções de gestão automatizada da medição e telecontrole de redes de transmissão e distribuição, foi projetado para atender, entre outras, às necessidades das empresas do setor elétrico.

Utilizado para fazer interface com elementos em campo, permitindo sua supervisão, controle e visualização, através da recepção e transmissão de dados sem fio via redes celulares, o GT 41 possibilita a digitalização de medidores, transformadores, religadores, inversores, painéis elétricos, controladores e demais elementos do setor de utilidades e diversos outros segmentos de negócios.


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