Como a tecnologia viabiliza os prosumidores nas Smart Grids?
Seja pela necessidade de implantar um modelo distribuído, com a inclusão de fontes mais limpas (como energia solar e eólica), seja para diminuir as perdas técnicas e não técnicas, as Smart Grids têm sido a grande aposta para conferir mais inteligência à produção, distribuição e consumo de energia.
As Smart Grids são uma nova arquitetura de redes de energia elétrica, que integra e possibilita ações a todos os usuários a ela conectados. Elas fazem uso de tecnologia de ponta, como a Internet das Coisas (IoT), e permitem a transmissão e a distribuição de energia de forma descentralizada, com base em informações em tempo real ao longo de toda a cadeia.

Fonte: ANEEL
Segundo a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), as redes elétricas inteligentes devem atender cerca de 74,4 milhões de usuários no Brasil, até 2030.
Prosumidores: uma nova dinâmica de mão dupla
Se no passado era bem claro quem era o produtor e o consumidor de energia elétrica, agora essa dinâmica está completamente renovada. Temos até uma nova terminologia: prosumidor. Aquele que, ao mesmo tempo, consome e produz.
As redes de energia elétrica estão migrando para uma formatação bidirecional, com fluxos e integrações mais complexas, envolvendo a dinâmica de produção, transmissão e distribuição de energia. Com a chamada geração distribuída, empresas e residências podem produzir agora sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis (hidrelétrica, eólica e solar) ou cogeração qualificada (térmica).
O excedente de geração é injetado na rede da distribuidora local e se torna um crédito financeiro para o proprietário do sistema. Assim, se uma família fizer uso de painéis solares, por exemplo, e consumir menos energia do que produz, ela poderá armazenar (e até mesmo vender) o excedente por meio das Smart Grids conectadas à rede elétrica.
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A geração distribuída de energia elétrica tem evoluído consideravelmente no Brasil. Já são mais de 9 GW de potência instalada, um crescimento de 316% nos últimos dois anos, o que representa cerca de 5% de toda a capacidade instalada atual de geração de energia elétrica do país.
Esse mecanismo exige muito mais inteligência na ponta da operação. É preciso mensurar, em tempo real, o que está sendo consumido, o que está sendo produzido, o sentido do fluxo de energia e integrar todos os dados gerados nessa cadeia para que seja possível efetuar o controle e gestão do sistema.
Para viabilizar essa sistemática, é crescente a incorporação de hardwares e softwares de Internet das Coisas (IoT) que utilizam Edge Computing para extrair, processar e transmitir dados ainda na borda da operação. Comandos imediatos são efetuados de forma descentralizada, sem a necessidade de acessar a nuvem, o que torna as operações muito mais ágeis e menos custosas.
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