A rede 5G já é realidade no Brasil. Brasília é a primeira cidade a receber sinal de 3,5 Ghz.

A rede 5G chega oficialmente ao Brasil hoje (06/07/2022). Até então, estava disponível somente o 5G DSS, versão mais limitada, uma espécie de transição entre o 4G e a quinta geração.

Brasília é a primeira cidade a contar com o sinal da nova tecnologia, na frequência de 3,5 Ghz. A cidade saiu na frente em relação às outras capitais do país por ter menos antenas a serem adaptadas para acomodar a rede.

Tomada como um primeiro projeto-piloto, fundamental para analisar possíveis demandas técnicas inéditas, a experiência com Brasília deve facilitar as próximas expansões, que tendem a alcançar Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo.

Esse é mais um grande passo que o país dá rumo a digitalização inteligente dos diversos setores da economia. Um estudo divulgado pelo Ministério da Economia mostra que as soluções 5G têm o potencial de gerar cerca de R$ 101 bilhões para empresas instaladas no Brasil, nesta próxima década, com impacto de até R$ 590 bilhões na economia brasileira.

As aplicações são diversas, mas prometem impactar especialmente aquelas denominadas por “missão crítica”, com baixíssima latência e alta confiabilidade, em que há elevada sensibilidade a qualquer interferência ou erro. Falamos, por exemplo, dos carros autônomos ou de cirurgias teleguiadas.

Além delas, as soluções massivas de Internet das Coisas (IoT) são diretamente impactadas pelo 5G, na medida em que a tecnologia permite um adensamento muito maior de dispositivos conectados, garantindo o tráfego de um elevado volume de dados com máxima efetividade. A isso adicionam-se outros aspectos de alavancagem como o menor consumo de bateria e a grande cobertura da rede.

Aspectos de Segurança: diferenças entre a rede 5G e 4G

Diferente do 4G (e das versões anteriores), cuja arquitetura segue uma abordagem ponto a ponto, a rede 5G tem inspiração nos atuais data centers, com arquitetura baseada em serviços.

Esse modelo fornece um quadro modular, com a possibilidade de serem utilizados componentes das mais diferentes fontes e fornecedores, ao mesmo tempo.

O tráfego de dados na infraestrutura 5G é protegido por criptografia de última geração. Os dispositivos e a rede se autenticam, com sinalização protegida por integridade. Dessa forma, o comprometimento de um componente não altera a proteção dos demais. Isso é particularmente importante, dado o grande adensamento de dispositivos esperados nos próximos anos.

Além disso, o 5G adiciona um processo de confirmação dessa autenticação e a criptografia da transmissão da identidade de longo prazo dos assinantes (IMSI), o que garante ainda mais segurança ao roaming. As versões anteriores não suportam estas funções.

Fornecedores de Soluções IoT: segurança extra para as soluções 5G

Num ambiente cada vez mais dinâmico, com soluções customizadas e aplicações variadas, os fornecedores de IoT assumem um papel de grande importância no desenvolvimento de projetos seguros abrangidos pelo 5G.

Além dos rigorosos padrões de segurança já presentes nas redes celulares (os mesmos utilizados por bancos em transações eletrônicas extremamente sensíveis a ataques), os fornecedores podem adicionar outras camadas de proteção que mitigam de forma eficaz os riscos de invasões.

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Essas camadas são construídas a partir de um olhar holístico, dentro do qual a autenticação de usuários, encriptação de dados e resiliência da rede são alguns dos diversos aspectos que, ao serem considerados em conjunto, elevam a segurança das soluções ofertadas.

Assim, enquanto as operadoras de telecomunicação trabalham na robustez e segurança da infraestrutura de rede e dos dados móveis, os fornecedores de IoT atuam sobre protocolos específicos para o desempenho seguro dos hardwares, softwares e sistemas. Somados os esforços, as soluções usufruem de todo o potencial transformador do 5G, sem exposição às crescentes vulnerabilidades do mundo digital.

Open Lab 5G WEG – V2COM: primeira iniciativa brasileira no ambiente industrial

As atividades do Open Lab 5G WEG – V2COM acontecem em Jaraguá do Sul (SC), numa das fábricas mais automatizadas e com monitoramento do chão de fábrica do Grupo WEG. O projeto é realizado em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para acelerar o desenvolvimento de soluções economicamente eficazes para a indústria utilizando a tecnologia 5G.

O Open Lab demonstra na prática todo o potencial das redes 5G, criando um ecossistema rico de dados e inteligência para o desenvolvimento de novos casos de uso e modelos de negócios.

Os resultados dos testes funcionaram como um importante subsídio à Anatel na delimitação dos parâmetros para o edital do leilão 5G no Brasil, que movimentou R$ 47,2 bilhões e envolveu a distribuição de quase todos os lotes disponíveis nas frequências de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz.