Iniciativas em IoT com vasto campo de expansão entre utilities do Brasil
Segundo estudo promovido pela Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), as iniciativas em IoT ainda possuem um vasto campo de expansão entre as utilities brasileiras.
A pesquisa “Panorama de IoT em Utilities” mostrou que cerca de 70% das empresas participantes ainda estão em etapa de avaliação, projeto piloto ou de implementação, em relação às iniciativas de IoT. No que tange o valor investido nesses projetos, 70% dos entrevistados apontam valores anuais inferiores a R$15 milhões nos últimos três anos, um indicativo de que ainda há um amplo caminho para a massificação da tecnologia no setor.
Embora 76% das empresas afirmem ter um plano de transformação digital, ainda há carência de uma estruturação que envolva toda a organização de forma sistematizada. Segundo a pesquisa, um dos indicativos desse fenômeno é a falta de iniciativas de treinamento compatíveis com os desafios de uma implementação massificada da IoT.
Entre os principais desafios apontados estão as dificuldades de integração dos sistemas envolvidos nos projetos, muitas vezes oriundos de diferentes fornecedores, e o custo dos dispositivos inteligentes.
No geral, os investimentos em IoT estão intimamente ligados à estratégia das empresas. Entre os participantes do estudo, 65% afirmam a intenção de melhorarem a qualidade do serviço prestado através da tecnologia, 59% objetivam diminuir perdas e furtos de energia ou água e 57% apostam na redução dos custos operacionais.
Para a avaliação dos projetos, 62% dos participantes afirmam ter como principal indicador de sucesso o montante reduzido de perdas técnicas através da tecnologia.
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Embora ainda tímidos, a pesquisa revela que os investimentos estruturados em tecnologias digitais vão crescer nos próximos anos. A expectativa no setor é de pelo menos 10% de aumento nos próximos cinco anos.
Vantagens das Smart Grids para as concessionárias de energia
As Smart Grids são uma nova arquitetura de redes de energia elétrica, que integra e possibilita ações a todos os usuários a ela conectados. Elas fazem uso de tecnologia de ponta, como a Internet das Coisas (IoT), e permitem a transmissão e a distribuição de energia de forma descentralizada, com base em informações em tempo real ao longo de toda a cadeia.
Segundo a Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica), as redes elétricas inteligentes devem atender cerca de 74,4 milhões de usuários no Brasil, até 2030. E isso trará impacto positivo direto para as concessionárias de energia.
Com as Smart Grids, é possível identificar instantaneamente qualquer possível queda no fornecimento da rede e tomar as medidas necessárias de forma remota para restabelecer o fornecimento. Esse mecanismo não apenas diminui os custos com o deslocamento de equipes para o local da queda, mas também ajuda a prevenir fraudes e a controlar perdas de energia, bastante comuns no Brasil.
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Atualmente, cerca de 15% dos quilowatts (kW) produzidos no país são perdidos entre a geração e o consumo, segundo dados do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Com a medição inteligente, aumenta-se a precisão para identificar esses pontos de escape, de tal forma que com o mesmo nível de produção atual seja possível atender ao número crescente de consumidores com o desenvolvimento dos centros urbanos.
Outra importante vantagem das redes inteligentes é a possibilidade que elas conferem às concessionárias de mapearem as características de consumo dos clientes, facilitando o planejamento do sistema como um todo. Para que isso seja possível, será necessário substituir os atuais medidores eletromecânicos por versões digitais, que transmitem os dados em tempo real por meio de cabos de fibra ótica ou redes sem fio, sem a necessidade de deslocar técnicos para a medição pessoal.