Qual o status atual do 5G e a expectativa para o setor de energia?

O uso do 5G nas empresas, multinacionais e startups pode atingir R$101 bilhões até 2031 e gerar mais de 22,8 milhões de empregos no mundo até 2025. Os dados são do Ministério da Economia, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

No Brasil, após muita expectativa e debates, 2022 marcou a chegada da rede de quinta geração, inaugurada em Brasília, em julho do ano passado. Três meses depois, em outubro, todas as capitais do país já haviam sido contempladas com a tecnologia, após liberações graduais pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em média, as prestadoras instalaram três vezes mais antenas que o previsto na primeira fase das obrigações

No final do ano passado, em dezembro, 42 dos 5.568 municípios brasileiros já contavam com as frequências liberadas, ainda que de forma restrita a apenas algumas regiões das cidades. Por fim, no dia primeiro de janeiro de 2023, 15 novas localidades foram liberadas para receber a faixa de frequência de 3,5 GHz do 5G.

Até o momento, 7.319 antenas adaptadas à tecnologia estão em operação no Brasil, o equivalente a 9% do total de sites móveis no país, segundo a Anatel.

Desse total, 6.498 antenas estão na frequência de 3,5 GHz, 728 em 2,3 GHz e 3.196 na faixa de 700 MHz (dentro desse último bloco, inclui-se também o espectro utilizado pela tecnologia 4G).

Do total de sites 5G, 193 correspondem ao 5G standalone (SA) e 630 ao non-standalone (NSA). Na primeira versão, usam-se redes exclusivas, enquanto na segunda há compartilhamento do mesmo núcleo (core) com as redes 4G.

Por essa razão, o 5G SA, também denominado 5G puro, acaba por apresentar uma latência ainda menor que a versão NSA. Por outro lado, acaba tendo implantação mais custosa, uma vez que requerem infraestrutura dedicada.

Expectativa do 5G para o setor elétrico

O Brasil vem passando por uma fase de transição energética que inclui uma série de frentes, desde aquelas relacionadas à transformação tecnológica até aquelas que incluem aspectos legais.

No âmbito do 5G, a expectativa é de que a tecnologia acelere, ainda mais, a crescente integração entre o mercado das telecomunicações e de energia.

Surgem novos formatos e modelos de negócios ao longo da cadeia de produção, transmissão e consumo de energia, todos eles apontando para os denominados 3D’s: descarbonização, descentralização e digitalização.

Nesse sentido, as Smart Grids (ou redes inteligentes) são a grande ferramenta para conferir mais inteligência à produção, distribuição e consumo de energia. Com uma nova arquitetura de rede, integrando ações de todos os usuários a ela conectados, as redes inteligentes aplicam tecnologia de ponta, como a Internet das Coisas (IoT) e o 5G, e permitem a transmissão e a distribuição de energia de forma descentralizada, com base em informações em tempo real ao longo de toda a cadeia.

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Por essa formatação multidirecional, com fluxos e integrações mais complexas, empresas e residências podem produzir agora sua própria eletricidade a partir de fontes renováveis, alavancando a descarbonização das redes.

Para tanto, é fundamental aplicar tecnologia especialmente na ponta da operação, capaz de mensurar, em tempo real, o que está sendo consumido, o que está sendo produzido, o sentido do fluxo de energia e integrar todos os dados gerados nessa cadeia para que seja possível efetuar o controle e a gestão do sistema.