Multi-access Edge Computing, 5G e redes privativas
Já está claro que o 5G veio para revolucionar o mundo dos negócios. Suas características intrínsecas de altíssima velocidade, baixa latência, alto throughput de dados, largura de banda e segurança abriram portas para uma série de novos casos de uso, alavancando a eficiência de diferentes setores de forma jamais vista.
Mesmo assim, é preciso ter em mente que alguns fatores podem afetar a performance da nova rede, de tal modo que alcançar a velocidade ubíqua do 5G nem sempre está 100% garantido.
Isso se deve a uma série de fatores, com destaque especial para grandes distâncias que podem separar a fonte de dados e o dispositivo final, ou mesmo o grande adensamento de utilizadores da rede em um mesmo local.
Tendo em vista esse cenário e o fato de que, em certas aplicações, é fundamental garantir a máxima performance da rede, entra em cena a denominada Multi-access Edge Computing (MEC).
O que é o Multi-access Edge Computing (MEC)?
Trata-se de uma tecnologia que representa uma evolução da cloud computing capaz de distribuir para a borda da rede os hosts de aplicações antes concentrados em datacenters centralizados.
Essa distribuição garante que o esforço computacional aproxime-se da fonte geradora de dados, de tal forma que a performance da rede, como um todo, é elevada.
Este formato é especialmente interessante para garantir a eficiência na capacidade de resposta em uma série de casos de uso que envolvem o 5G, sobretudo aqueles relacionados à transmissão remota, realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), controle de máquinas e monitoramento em tempo real.
O MEC ainda poupa largura de banda no backhaul da rede, uma vez que o ambiente garante que algumas tarefas sejam completadas na borda, sem necessidade de envio massivo de dados para a nuvem ou servidores.
Veja também:
Vamos entender melhor o Conera™?
A segurança é um outro fator incrementado num ambiente de Multi-access Edge Computing, justamente em razão da própria natureza da topologia. Dispositivos que adentrem uma área suprida pela tecnologia podem ter seus dados diretamente ligados ao backhaul ou à uma rede privativa.
Em outras palavras, é como se tivéssemos um serviço em funcionamento numa Rede Privada Virtual (VPN), mas sem a necessidade de qualquer configuração adicional.
Redes privativas e o 5G
Na apresentação do Predictions Brazil 2023, a IDC América Latina afirmou que a combinação de redes móveis privativas 5G, Internet das Coisas e Multi-access Edge Computing (MEC) comportará grandes benefícios para as organizações, sobretudo em razão dos requisitos de latência, confiabilidade e segurança, impactando todo o ecossistema de tecnologia.
As redes celulares privativas têm expandido sua aplicação em diferentes verticais da economia com projetos de Internet das Coisas. Dedicadas a casos de uso específicos, elas podem ser projetadas e otimizadas de acordo com padrões de área de cobertura, capacidade de rede e volume de dados trafegados.
Além disso, por não ser acessível ao uso público, esse tipo de rede incrementa os requisitos de segurança e ainda não é afetada por alterações repentinas no número de usuários.
Especialmente no âmbito da Indústria 4.0 — onde a IoT recebe a denominação IIoT (Industrial Internet of Things) —, as redes privativas 5G têm sido aplicadas para diferentes finalidades, entre as quais destacamos:
- Escalar aplicações mMTC (Massive Machine Type Communication), em que há a análise de um grande volume de dados oriundos de milhares de dispositivos de fábrica
- Diminuir a latência de aplicações críticas, que exigem baixíssimo tempo de resposta
- Gerenciar a movimentação de robôs autônomos dentro e fora da fábrica, onde inclusive pode ocorrer a utilização híbrida de rede celular privada e pública
- Aumentar a proteção de dispositivos e dados trafegados, inserindo-os nas instalações que abrigam a rede privada
Todas essas possibilidades devem aumentar com bastante velocidade o volume de dados em trânsito nas redes privativas 5G nos próximos anos.
Frente à crescente competitividade vivida pelo mercado, é fundamental que as indústrias pensem em diferenciadores que garantam resultados mais eficientes. E quando falamos em projetos de Internet das Coisas (IoT), as diversas tecnologias de conectividade certamente são fundamentais para alavancar a vantagem competitiva.