Como a Internet das Coisas otimiza o consumo de energia?
Dados da Energy Information Administration (EAI) mostram que as taxas de crescimento em consumo de energia nos Estados Unidos oscilaram pouco abaixo de 1%, nos últimos anos. As razões para essa tendência são várias, desde a substituição de equipamentos antigos por maquinário mais eficiente e alterações no padrão de consumo, até o incremento de novas indústrias com menor demanda de energia para o funcionamento.
Por outro lado, a necessidade de serviços públicos cada vez mais complexos, as novas formas de distribuição de energia elétrica que chegam ao mercado, os modelos mais avançados de baterias que estão em desenvolvimento e a integração de um número cada vez maior de dispositivos ao redor do mundo são apenas algumas das muitas situações que prometem manter ou até mesmo elevar o consumo de energia para os próximos anos, conforme apontam algumas pesquisas.
E é justamente por esse motivo que investir em inovação tornou-se obrigatório para qualquer empresa que deseje se manter competitiva no futuro.
O mercado B2B é o grande impulsionador dos investimentos em tecnologia
A busca por consumo otimizado e inteligente de energia é, sem dúvidas, um dos grandes motivadores que impulsionam as empresas a investirem em tecnologia. O mercado B2B (business-to-business) para IoT cresce ano após ano e, nesse contexto, as concessionárias possuem um papel fundamental como propulsoras da inovação.
Um relatório (IoT Utilities Market Size, Growth – Industry Share Forecast Report 2024), publicado pelo Global Market Insights, justamente corrobora esse potencial de expansão. Os dados indicam que o setor de IoT voltado especificamente às Utilities promete crescer dois dígitos por ano, até 2024, quando valerá mais de US$ 15 bilhões.
E para atender essa nova dinâmica de mercado, as concessionárias e distribuidoras precisam oferecer possibilidades inéditas de armazenamento, distribuição e geração de energia. Por essa razão, as Smart Grids são tão importantes, sobretudo por aprimorarem toda a rede de distribuição e ainda elevarem a confiabilidade dela perante os consumidores. Elas ainda garantem a integração dos dispositivos interconectados com muito mais facilidade, criando um novo padrão de infraestrutura coerente com os atuais processos que perfazem as empresas e, por consequência, seus clientes.
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É claro, porém, que esses avanços ocorrem em velocidades diferentes, a depender de alguns fatores inerentes a cada país. No Brasil, por exemplo, as questões regulatórias e tributárias do setor energético muitas vezes mostram-se como um importante desafio à expansão da transformação digital.
Felizmente, porém, uma série de movimentações legislativas assumem o potencial de fomentar a inovação, isentando a IoT de alguns tributos que, muitas vezes, impedem a expansão das tecnologias, dado seu elevado custo final às operadoras.
Grandes corporações movimentam-se em direção à eficiência
Transformação Digital é a expressão do momento quando o assunto é atender um novo padrão de consumo que cresce mundo afora. Ao permitir a automatização de processos e a análise inteligente de dados (incluindo o consumo de energia em tempo real), a inovação digital garante às empresas não apenas o aumento da eficiência produtiva e, por consequência, dos lucros, mas também uma importante redução da pegada ambiental, através da otimização de recursos e da viabilização da chamada economia circular.
Indo nessa direção, algumas das maiores corporações do mundo já declararam um novo posicionamento estratégico muito mais conectado a esse novo modo de fazer negócios. A Procter & Gamble (P&G), por exemplo, assumiu que a organização seja “100% renovável”. A Walmart, por sua vez, é outra gigante que tem procurado se adequar às demandas do século XXI: ela assumiu o compromisso de reduzir seu consumo energético a 20% dos níveis computados em 2010.
Seja por razões meramente financeiras (com foco em custos menores), seja para assumir uma postura sustentável, essas e outras empresas mostram-se cada vez mais inclinadas a reavaliar antigas rotinas, substituindo-as ou incrementando-as com o auxílio de tecnologias que se adequam a um padrão moderno de demanda por energia.
Investimentos em IoT elevam o valor agregado das soluções
A Internet das Coisas (IoT) é uma das grandes aliadas quando o assunto é a otimização de linhas e processos industriais. Ao conectar sensores de ponta a sistemas inteligentes de gerenciamento remoto de dados, a IoT gera um poderoso arsenal de insights que auxiliam a rotina de tomada de decisão dos gestores.
No que se refere diretamente ao mercado de energia, os sistemas IoT permitem predizer o consumo dos próximos meses com base em séries históricas, detectar em tempo real oscilações suspeitas de utilização, gerar comandos de ativação e desligamento sem intervenção humana, disparar alertas e alarmes de segurança e avaliar a necessidade de manutenção de equipamentos no momento exato, evitando paradas desnecessárias e custosas e também danos de maior importância.
No setor residencial, por sua vez, a inovação também avança a passos largos. A adoção de tecnologias para a construção das chamadas “Smart Houses” são a grande promessa para uma nova maneira de os humanos se relacionarem com suas habitações, não apenas garantindo mais conforto com a automação de tarefas, mas sobretudo elevando a segurança das casas e das famílias.
E, mais uma vez, os sensores e os softwares a eles conectados são os grandes viabilizadores dessas soluções. Ao desligarem eletrodomésticos e outros aparelhos de forma automática, por exemplo, os sistemas das “Smart Houses” garantem uma surpreendente economia de recursos energéticos. Câmeras sensíveis a movimento e dispositivos ativados por calor podem ainda alertar a aproximação de pessoas suspeitas e disparar alarmes conectados diretamente aos órgãos e empresas de segurança.